sábado, 7 de janeiro de 2023

AGENDA POSSÍVEIS 1º SEMESTRE DE 2023

 AGENDA POSSÍVEIS 1º SEMESTRE DE 2023





FEVEREIRO

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História da Filosofia – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

13/02/2023 – Podemos falar em uma origem da Filosofia?

27/02/2023 – A Cosmologia

 

Crianceria – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

Turma A - 06/02/2023 – A Criança Como Criação

Turma B - 23/02/2023 – A Criança Como Criação

 

A Aprendizagem a partir da Diferença de Gilles Deleuze – Sábado, 9h30 às 11h00 (Certificado de curso livre de 15 horas)

11/02/2023 – Devir-Spinoza em Deleuze

25/02/2023 – Devir-Bergson em Deleuze

 

Clube de Leitura (on-line) – quarta-feira, 19h30 às 20h30

Em parceria com o Outra Margem – Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação: Arte, Ciência e diferença

08/02/2023 – Texto: Introdução à Vida não Fascista. Autor: Michel Foucault.

 

MARÇO

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História da Filosofia  Segunda-feira, 19h30 às 20h30

06/03/2023 – O Mobilismo e o Imobilismo.

20/03/2023 – O Pluralismo.

 

Crianceria – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

Turma A - 13/03/2023 – A Criança Como Tempo.

Turma B - 22/03/2023 – A Criança Como Tempo.

 

A Aprendizagem a partir da Diferença de Gilles Deleuze – Sábado, 9h30 às 11h00 (Certificado de curso livre de 15 horas)

11/03/2023 – Devir-Nietzsche em Deleuze

25/03/2023 – Proust e os Signos

 

Clube de Leitura (on-line) – quarta-feira, 19h30 às 20h30

Em parceria com o Outra Margem – Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação: Arte, Ciência e diferença

08/03/2023 – (a escolher).

 

ABRIL

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História da Filosofia – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

10/04/2023 – A Filosofia desce a Terra – Sócrates.

24/04/2023 – O Idealismo Platônico.

 

Crianceria – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

Turma A - 17/04/2023 – A Criança Como Território.

Turma B - 26/04/2023 – A Criança Como Território.

 

A Aprendizagem a partir da Diferença de Gilles Deleuze – Sábado, 9h30 às 11h00 (Certificado de curso livre de 15 horas)

01/04/2023 – Diferença e Repetição.

15/04/2023 – Uma outra Aprendizagem.

 

Clube de Leitura (on-line) – quarta-feira, 19h30 às 20h30

Em parceria com o Outra Margem – Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação: Arte, Ciência e diferença

12/04/2023 – (a escolher).

 

MAIO

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História da Filosofia – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

08/05/2023 – O Estagirita.

22/05/2023 – Filosofia Helenística (Cinismo, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo).

 

Crianceria – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

Turma A - 15/05/2023 – A Criança Como Acontecimento.

Turma B - 24/05/2023 – A Criança Como Acontecimento.

 

Educação e Afeto – Sábado, 9h30 às 11h00

Certificado de curso livre de 10 horas

13/05/2023 – A Racionalização na Modernidade e a Educação

27/05/2023 – O Afeto não se opõe a Razão: Corpo e Pensamento na Educação

 

Clube de Leitura (on-line) – quarta-feira, 19h30 às 20h30

Em parceria com o Outra Margem – Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação: Arte, Ciência e diferença

10/05/2023 – (a escolher).

 

JUNHO

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História da Filosofia – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

12/06/2023 – Filosofia Helenística (Cinismo, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo).

26/06/2023 – Filosofia Helenística (Cinismo, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo).

 

Crianceria – Segunda-feira, 19h30 às 20h30

Turma A - 19/06/2023 – A Criança Como “Prisioneira de Guerra”.

Turma B - 28/06/2023 – A Criança Como “Prisioneira de Guerra”.

 

Educação e Afeto – Sábado, 9h30 às 11h00

Certificado de curso livre de 10 horas

17/06/2023 – Spinoza e a Educação

24/06/2023 – Nietzsche e a Educação

 

Clube de Leitura (on-line) – quarta-feira, 19h30 às 20h30

Em parceria com o Outra Margem – Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação: Arte, Ciência e diferença

14/06/2023 – (a escolher).

 

INVESTIMENTO

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História da Filosofia (duas aulas mensais) – R$ 60,00 (mensal) – Assinantes e associados: R$ 30,00 (mensal).

Crianceria (uma aula mensal) – R$ 40,00 (mensal) – Assinantes e associados: R$ 20,00 (mensal).

A Aprendizagem a partir da Diferença de Gilles Deleuze (seis aulas em três meses, sendo duas aulas em cada mês) – R$ 210,00 (valor do curso) – Assinantes e associados: R$ 105,00 (valor do curso).

Educação e Afeto (quatro aulas em dois meses, sendo duas aulas em cada mês) – R$ 140,00 (valor do curso) – Assinantes e associados: R$ 70,00 (valor do curso).

Clube de Leitura (on-line) – (uma aula mensal) Encontro aberto.

 

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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

domingo, 8 de maio de 2016

DUALISMO. DUALISMO? DUALISMO!

Uma das principais características da filosofia cartesiana é sem dúvida o dualismo. Embora podemos afirmar que o pensamento dualista não tenha surgido com o próprio Descartes, pois é possível encontrá-lo desde Platão, mas sem dúvida foi em Descartes que ele encontrou sua manifestação mais expressiva, que irá pautar todo o pensamento moderno.
Recapitulando. Para Descartes existem três substâncias, sendo a primeira Deus que originaria as duas outras substâncias res cogitans (pensamento) e res extensa (extensão). A partir dessas duas substâncias que se dá o dualismo cartesiano. Mas um dualismo não se refere apenas a substâncias, pois como dito é possível enxergar claramente um dualismo em Platão, no qual o dualismo se caracteriza pela existência de duas realidades distintas e incomunicáveis, o Mundo Sensível e o Mundo Inteligível.
Essa discussão acerca do dualismo que iniciamos a partir de uma reflexão filosófica remete também em nossa vida, em nosso cotidiano e por muitas vezes passa por desapercebida de nosso entendimento. Sendo assim, nos mantendo distantes de uma análise mais apurada de um pensamento mais crítico dessas relações duais que nos cercam.
Podemos ainda afirmar, que quando se institui um dualismo instaura-se uma hierarquia na qual um termo será subjugado pelo outro. No caso das substâncias apresentadas por Descartes fica claro a relação hierárquica entre o res cogitans e o res extensa, sendo que a primeira irá governar a segunda.

Leia atentamente a poesia a seguir e redija um texto observando as três questões abaixo.

a) Qual é o dualismo existente na poesia?
b) Existe alguma relação nos termos desse dualismo?
c) Há como fugir desse dualismo?



O Operário Em Construção
                                                                                                         Vinicius de Moraes


E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. IV, vs. 5-8.


Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído

O operário em construção.