terça-feira, 27 de março de 2012

EMPIRISMO



          O empirismo, termo que tem em sua etimologia a palavra latina experientia, de onde deriva a palavra "experiência", é originária da expressão grega εμπειρισμός. E seu uso divide com o inatismo as principais questões do conhecimento humano:
De onde vieram os princípios racionais?
De onde veio a capacidade para a intuição e para o raciocínio?
Nascemos com ele?
Ou nos seria dado pela educação e pelos costumes?
Enfim, essas indagações se resumem a duas perguntas:
Seria algo próprio dos seres humanos e constituído a própria natureza deles, ou seria adquirido através da experiência?
O empirismo que é o objeto de nosso conhecimento nessa aula, afirma que a razão, com seus princípios, seus procedimentos e suas ideias, é adquirida por nós através da experiência. Antes da experiência, dizia os empíricos, nossa razão é como uma “folha em branco” onde nada foi escrito; uma “tábula rasa”, onde nada foi gravado. Somos como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma a cera.
O empirismo tem o seu alicerce incrustado no solo inglês, como vimos na Idade Média a influência para um pensamento humanista contra a realidade religiosa vinha em sua grande parte do solo britânico, através do núcleo de Oxford, eram eles empiristas: Roger Bacon, um dos mais famosos frades de seu tempo. Dedicou-se aos estudos nos quais introduziu a observação da natureza e a experimentação como fundamentos do conhecimento natural e Guilherme de Ockham, um filósofo da lógica e teólogo, defendeu que fé e razão são inconciliáveis e que qualquer tentativa de fundamentar racionalmente o dogma religioso acabaria por destruí-lo. Seu pensamento foi decisivo para o desenvolvimento das ciências experimentais.
Mas foi com John Locke (1632-1704) e com David Hume (1711-1776) que o empirismo ganha grande forma. É importante lembrar que ainda há dois grandes filósofos ingleses que são empiristas: Francis Bacon e George Berkeley. Mas ficaremos apenas com o Locke com sua extrema consciência, a sua forte polêmica contra os aspectos centrais do racionalismo: a existência de ideias inatas, a descoberta da verdade a priori ou à margem da experiência e a crítica à metafísica. Para ficar claro neste momento, o fato do empirismo criticar o racionalismo, isso não contradiz do mesmo usar a razão, como já levantado nas perguntas acima.
Mas o que realmente modifica a filosofia, no que diz respeito ao empirismo foi o David Hume ao se referir que o empirismo refere-se à experiência da própria natureza humana, em sua atuação mais universal possível. Isto é: o conteúdo da mente é composto por percepções, derivada de sensações (percepção imediata do mundo exterior, obtidas por meio dos sentidos) e das reflexões (“sensações internas”, ou sentimento). As percepções dividem-se em duas categorias, dependendo do grau de força (ou vivacidade) com que são recebidas pela mente ou “copiadas” nela: impressões ou ideias.


Referências bibliográficas:

ABRÃO, B. S. Enciclopédia do estudante: História da filosofia. São Paulo: ed. Moderna, 2008. vol. 12.

ABRÃO, B. S. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 2004.

CHAUI, M. Convite a Filosofia. São Paulo: Ed Ática, 1995.

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo> acessado em 24/03/2012

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