terça-feira, 27 de março de 2012

Tomás de Aquino e o projeto de conciliação entre fé e razão



Tomás de Aquino (1225-1274) teólogo e filósofo italiano de origem nobre, ingressou na ordem dos dominicanos em 1734. Mudou-se para Paris um ano depois que foi aluno de Alberto Magno, estudioso de Aristóteles. Lecionou em Paris por duas ocasiões, além de Agnani, Orvieto, Roma e Napoli. Em seus estudos procurou dar um ponto de vista pessoal nas obras de Aristóteles e Agostinho, e ao realizar sua meta realiza a “cristalização” de Aristóteles ao dar uma interpretação religiosa ao pensamento pagão do filósofo grego. Partindo da discussão sobre essência e existência que é apresentada de forma conceitual e que Aquino o transforma em ontologia. Para ele a essência das coisas não implica na existência delas. Isso implica que elas não podem existir por si mesmas, precisam ser criadas por uma instância superior, que segundo o filosofo é Deus.
“Somente em Deus, afirma, há identidade entre essência e existência. Desse modo, Ele é o próprio existir, e é pleno: nada Lhe falta e nada Lhe pode ser atribuído. É imóvel, eterno, a perfeição pura. Deus existe por si; as coisas existem por meio dele”.
Os conhecimentos racionais para Aquino, como em Aristóteles, provem dos sentidos, por intermédio do intelecto que através das sensações abstrai as formas das coisas. E assim, como os árabes, ele apresenta dois tipos de intelecto: um passivo, responsável em receber os sentidos, a imagem das formas, como potência; outro ativo que transforma a passagem da potência em ato, sendo ele que realmente conhece as formas. Ambos os tipos compõe a alma individual.
Segundo Tomás de Aquino, tanto a razão como a fé, podem levar a mesma verdade e que a razão encontra-se submetida à fé. E assim, a razão é capaz de provar a existência de Deus por meio de cinco vias, todas baseadas nos fenômenos do mundo sensível.
A 1º via é a constatação que as coisas em movimento necessitam de uma força externa, pois não pode se mover por si mesma, o mesmo ocorre com esta força, e sucessivamente e por ser uma série finita, tendo seu termo primeiro Deus.
A 2º via constata que todas as coisas são causa ou efeito, e nunca as duas ao mesmo tempo: a causa, portanto precede o efeito e para que não se perca em uma sucessão infinita, é preciso aceitar uma causa não causada, Que é Deus.
A 3º via Tudo está em transformação: coisas são criadas e perecem constantemente, portanto a existência não é necessária e sim contingente. Sendo assim a existência necessita da causa de uma existência que seja necessária: Deus.
A 4º via A percepção que existem graus de perfeição, mas para que isso possa ocorrer, é necessário que haja uma perfeição pura que esteja no topo da hierarquia das coisas relativas, Deus.
A 5º via retomando essa hierarquia, afirmando que cada coisa tem uma finalidade, e que cada um deve buscar o seu lugar, caso não ocorra deve haver uma inteligência organizadora que leva os seres a agir em busca de sua finalidade, Deus.

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